Os especialistas admitem como normal, uma taxa de mortalidade de 5% em bezerras holandesas ou quase, até o terceiro mês. Segundo as estatísticas dos estudiosos no assunto, esta taxa varia de 3 a 33% no Brasil, mas a verdade é que, as únicas mortes que considero difíceis de se evitar são as que acontecem nos partos difíceis nas madrugadas. As demais podem ser evitadas facilmente.
O primeiro cuidado que devemos tomar, é em relação ao colostro, que deve ser administrado a vontade nas primeiras 6 horas de vida da bezerra, pois é neste intervalo de tempo que os linfócitos T e outros agentes imunológicos presentes no colostro da mãe são transferidos via intestino da bezerra para o seu organismo. Depois das fadadas 6 horas, podemos dizer metaforicamente que, os portais do intestino se fecham e o sistema imunológico da bezerra estará irremediavelmente desprotegido e o que geralmente se vê em nestes casos é uma sucessão interminável de doenças que normalmente acabará levando o animal à morte.
Outro aspecto importante é que, as bezerras ao nascerem, ainda não ativaram seus mecanismos reguladores de temperatura, e perdem calor rapidamente em função de sua grande superfície corporal. Os estudiosos têm várias teorias, uma delas preconizando que as bezerras sejam levadas para os bezerreiros uma hora após o parto e terem ingerido o colostro. Assim, elas estarão protegidas do stress térmico e da contaminação ambiental, e por que não, do olho-gordo, mau olhado, praga de mãe e outros perigosos patógenos deste e do outro mundo.
Na Fazenda Veredas, fazemos a assepsia no cordão umbilical com Umbicura, mesmo sabendo que o correto é o recomendado pelos especialistas, iodo a 7% mas, as vezes a preguiça é incurável. E como tem funcionado, vamos mantendo este método prático e provavelmente mais caro. Optamos por deixar a bezerra em companhia de sua mãe por três dias, pois acreditamos que natureza é sempre mais sábia e o instinto da mãe, com certeza irá proteger a bezerra de uma forma mais eficiente, embora eu as vezes desconfie que o verdadeiro motivo é a mais uma a vez aquela qualidade principal do fagueiro povo de Pindorama: a preguiça. Depois disto, ela é levada para o bezerreiro.
No bezerreiro, cada bezerra recebe quatro litros de leite por dia, dois pela manhã e dois a tarde. Nos primeiros 20 dias utilize leite (colostro e leite descartado) e depois migre para o leite em pó de soja, bem mais barato. Já criei bezerras com seis litros por dia, dados de uma só vez. Na verdade, você pode criá-las com 8 litros e garanto, as bezerras vão adorar e você irá a falência. Quatro litros ao dia é o suficiente e ração, claro. Pode servir na primeira semana para ela ir se acostumando. Comece com 100 gramas / dia e vá aumentando até atingir 1 Kg / dia, o que geralmente acontece lá pelos sessenta dias, quando a bezerra deverá estar com 100 Kg e pronta para ser desmamada. O ideal é fornecer feno juntamente com a ração, mas optamos pelo Tifton plantado na área do bezerreiro.
Existem diversas causas que podem levar uma bezerra a morte, e a principal delas é a conjunção das incompetências dos funcionários e dos produtores, ampliadas pela preguiça, em prestar atenção em seus animais e tratá-los da maneira correta.
Estas falhas operacionais impedem o controle adequado dos carrapatos, que transmitem a chamada tristeza parasitária, uma espécie de anemia que associada ao quadro de debilidade e baixa imunidade do animal, traz consigo as malfadadas diarreias que depois evoluem para pneumoenterites, septicemias e morte. Normalmente o produtor fica tratando a diarreia e nem se dá conta que tudo começou com um único carrapato. Portanto o controle permanente dos carrapatos é fundamental.
Outro ponto importante, é que você precisa ensinar seus funcionários a reconhecer a tristeza mediante o exame dos olhos ou da boca ou vulva da bezerra. A anemia é facilmente reconhecível. Vermelho significa que o animal está sadio ainda, ou não tem tristeza. Rosa ou branco, são prováveis sintomas dela, e é necessário o tratamento imediato. Um animal jovem com ausência de anemia visível mas presença de carrapatos e recusa em beber leite ou aparência de doente, é preferível tratar preventivamente.
As diarreias são inevitáveis, fruto da falta de higiene nos utensílios, no próprio leite e principalmente na água e nos vasilhames de ração e água. Uma limpeza bem feita semanalmente controla bem. O ideal seria uma limpeza geral diária, mas se alguém conseguir isto me avise pois quero aprender. Mas, as diarreias são perfeitamente controláveis com medicamentos como Trigental e nos casos mais graves, o Fortgal , por exemplo. Mesmo se sua origem for um vírus, as bactérias presentes no intestino vão aproveitar a oportunidade e atacar, e estes medicamentos pelo menos irão controlá-las.
Mortes são raras e se ocorrerem são devido a desidratação, facilmente contornável com soro.
Uso apenas ração 24% para as bezerras, pois a proteína é fundamental para uma bezerra crescer e poder parir aos 24 meses. Os especialistas preconizam ração 18%, mas eu prefiro a 24% pois, foi só assim que consegui emprenhá-las aos 14 meses. E a ração que utilizo é farelada, que segundo alguns, levaria meus animais a crises de pneumonia. Em três anos vi apenas 1 caso cuja sintomática sugeria pneumonia.
Ola sr Rogerio. Passei aqui no seu blog para te pedir um favor... É porque eu estava lendo o blog da Kelly e eu queria um contato dela, pode ser um email, ou o facebook dela. Estou me preparando para um transplante de medula, e para mim, falar com ela seria muito bom! Obrigada!!
ResponderExcluirMariana
marirpg@hotmail.com
Ola Mariana
ExcluirO email da Kelly é: kelly.alcantara.rufino@gmail.com. Vou passar seu email para ela tb. Transplante parece um bicho de 7 cabeças, mas no fundo ele é muito simples, e o importante: faça exatamente o que os médicos mandarem mesmo que pareça exagerado. Não sei sua idade, mas a mãe tem uma importancia fundamental. Este artigo de minha mulher no blog dela é muito importante.
http://mariaedithrufino.blogspot.com.br/2010/09/dia-apos-dia-de-um-transplante-talvez_06.html
Sucesso para voce e acredite, que tudo fica muito simples.
Abracos